[Patrulha] Uma noite na Citadela

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Após um longo dia de treinamento básico,  comecei a tomar um pouco de café. Já era onze da noite, mas a Citadela ainda estava bastante iluminada por dentro e eu observava a pouca movimentação de pessoas.

"Para uma base do governo esse lugar é bem vazio..." - Assopro o café - "Bem, menos olhares tortos para mim... Apesar que alguns não parecem se incomodar com meus antigos crimes..." - Acabo pensando no capitão

- Está pensando em como se livrar da gente ou tá pensando na sua namoradinha ? - O veterano Pedro de Oliveira pergunta enquanto se aproxima de mim. Um homem de porte alto, bem musculoso , cara nada amigável. Antes do controle era um fuzileiro naval.

- Eu só tô aproveitando um bom cafezinho. Acho que se não fosse meu brinquedinho no ombro, seria esse café bem feito do controle que me manteria aqui, hehehehe. - Dou um gole - Hum... A sala de arquivos possui registro de missões abertas para leitura de qualquer a gente?

-Bem, dependendo da missão, não há problema de outros agentes lerem... Apesar que no seu caso provavelmente seria mais restrito e você sabe muito bem o motivo... - Ele começa a apertar meu ombro esquerdo e se aproxima do meu rosto me encarando - Mas tenho certeza que alguém como você não será um problema. - Então ele me solta e vai embora.

"Desgraçado... Acha que pode me intimidar?" -Fico passando a mão no ombro - "Calma Leonardo... Esse cara pode ser o tipo de babaca que você mais odeia... Mas lembre-se de seu novo foco e de sua promessa." -Solto um suspiro

- Bem... Hora de estudar um pouco sobre os monstrinhos - Me espreguiço e começo a ir na direção da sala dos arquivos - Entender melhor meus alvos para não apanhar feito lixo - Vou assobiando pelo caminho enquanto ainda segurava meu café.

A sala de arquivos era um dos locais mais altamente guardados. Leonardo sabia disso. Era lá que estavam documentos registrando as missões passadas, como as missões que envolveram confronto direto com os Protetores, missões em cidades do interior que tiveram mortes de civis e que seus casos foram abafados pelo governo, entre outras coisas. Tudo isso o jovem já sabia. Mas também sabia sobre sua restrição. Seu nível de acesso era diferente dos demais, e nunca tentara entrar nos arquivos do Controle.

Chegando às portas da sala de arquivos, Leonardo viu o identificador de íris e de digital. Rapidamente, pôs-se a identificar-se nele, e surpreendeu-se ao ver que teve a entrada autorizada. O Controle confiaria tanto assim nele?

Entrando na sala, ele pôde ouvir um som de tranca. A porta se trancara atrás dele. Uma medida de segurança comum. Ele também pôde ouvir o som das saídas de ar sendo abertas, permitindo que a sala receba ar suficiente pra uma pessoa respirar. Também conhecia aquele método de conservação, a remoção do ar. Mesmo assim, poderia ver os arquivos. Mas... o que procurar?

Estava surpreso ao ver tamanha liberdade que eu possuía, nem parecia que eu era um péssimo a gente que tentou foder com o controle no passado.

"He... Bizarro..." - pensei enquanto andava pelo local olhando para os lados - "Bem, ou o capitão realmente confia e espera grandes coisas de mim... ou o Controle acha que conseguiria me pegar se tentasse algo..."

Estar no meio daqueles arquivos era bastante tentador para mim. Com só um pouco daquilo talvez fosse o bastante para alcançar meus objetivos. Cheguei a ficar coçado um pouco meu braço esquerdo com um sorriso de malicia... No entanto, balanço minha cabeça e volto a focar em meu objetivo.

"Eu não posso vacilar de novo, caralho! Tenho que ser homem e cumprir com o quê eu prometi ao capitão Fontes... O cara parece ser gente boa apesar de ser da merda desse lugar... Não posso falhar com ele e com aquelas duas."

Volto a andar pelo local e chego na área com as pastas das missões no Morro do Escorpião. A quantidade era grande, fazendo jus a quantidade de problemas com despertos no local... mas esses casos teriam alguma ligação entre si?

-Bem, hora de estudar um pouco desse fim do mundo.

Pego os arquivos e levo para uma mesinha da sala, onde apoio meu café ainda na metade. Já sentado, começo a ler os arquivos e estudar como se deveria agir, como os despertos agiam e além disso... ver se havia alguma conexão entre os casos.