[PATRULHA] Mais um dia na Forja

Estava eu na base da Ordem Eterna no Brasil, sendo apenas mais um dia na área de criação da mesma, contudo, com a entrada de novos novatos me foi designado construir algumas armas brancas para eles... Observando eles bem, percebi que é um grupo no mínimo curioso, uma jovem vampira, provavelmente recentemente transformada, com cabelos ruivos, óculos, e dentes caninos maiores do quê o normal para um vampiro, chamada Aura; um aprendiz de mago com franja, cabelos negros assim como suas roupas, além de piercings e brincos chamado Lázaro; e por fim, um druida, chamado Juan... É o mais normal, sem parecer um gótico como o mago, ou uma nerd como a vampira...

''Até entendo o vampiro querer uma espada, mas o mago e o druida não deveriam usar um cajado ou algo assim?''  Perguntei a mim mesmo

– E então, velhote, cadê as nossas armas?  – Falou Lázaro

– Acredite, por mais que eu tenha 1162 anos sigo tendo a energia de um jovem guerreiro nórdico... A sua arma é a extensão de seu corpo, ela deve ser uma com você, e você deve ser um com sua arma, e devido á isso deixarei que escolham o quê irão querer, uma espada, martelo, maça, ou alguma outra, baseado no quê vejo em vocês, forjarei ela.

– 1161 anos?! A era nórdica foi que nem na série? – A jovem vampira perguntou curiosa

– Não... Eu cheguei a considerar ir até a Europa para reclamar com o criador da séria, mas não iria me expor dessa maneira.

– Bom, podemos começar a escolher as nossas armas? – O druida questionou

Apenas acenei á ele com a cabeça, e após mostrar á eles os tipos de armas e eles escolherem, comecei o trabalho na forja, garantindo que as armas ficassem perfeitas

A forja das armas acontecia rapidamente. A prática de Balryr auxiliava-lhe a produzir armas boas, e sua fama garantia-lhe o cargo de armeiro da sede brasileira da Ordem Eterna. Mesmo assim, ele sempre se surpreendia ao ver o quão tolos eram os mais jovens deste mundo. Vestiam-se como provavelmente viam nos filmes, e a pergunta da vampira confirmava bastante isso. Eles achavam que o sobrenatural indicava se vestir feito um palhaço, ou agir como um ser estranho.

— Primeiro eu, então — diz a vampira, aproximando-se. — Sabe, eu vi uma arma em Skyrim que curti demais. Pode fazer uma Daedric Dagger? Sabe, é tipo uma adaga, com a lâmina encurvada e serrilhada na ponta. Ela é muito foda, vai ficar perfeita pra mim.

Por vezes, ser um armeiro implicava em ser comparado a personagens de jogos eletrônicos e RPGs. Essa vampira tinha que se tocar de que este era o mundo real. Mas não era algo difícil.

— Minha vez, não é? Hum... eu quero uma espada longa, mas que seja possível eu colocá-la junto a meu corpo. Algo que combine comigo... — disse o aprendiz, passando levemente a mão sobre uma lâmina sem corte.

— Eu quero um arco... — disse o druída, apontando pra um arco. — Não precisa ser muito personalizado não, só quero que ele seja ágil

Não demorou muito, e logo as três armas estavam prontas. Mas os jovens pareciam ainda tensos. Faltava algo. Balryr podia perceber a angústia nos olhinhos daqueles três seres especiais. E, antes que pudesse perguntar, eles começaram a falar entre si, sem se preocupar se o meio-dragão ouvia ou não.

— E então... cadê o Piero? — questionou Lázaro, vendo a vampira puxar um celular.

— Como eu lhes disse, eu senti uma energia estranha vinda do animal dele. Creio que a fase atual da lua seja a mesma em que ele foi transformado.

— E ele não atende! Droga... eu arranco o rabo daquele lobo! — grunhiu a vampira, nervosa. — Juan, você não consegue fazer um pirilimpimpim, sei lá, pra arrumar o Piero?

— Aura, já falei, não adianta. Druídas não são capazes de mexer com licantropos. Pelo menos eu não sou ainda.

— Mas a gente precisa de um batedor pra essa missão! — reclamou a vampira, digitando muito no celular. — E agora, Lázaro? O que que a gente faz?

Lázaro deu de ombros. Mas, quase que como um encantamento conjunto, todos olharam para Balryr. Um meio-dragão forte e mais velho poderia entrar no lugar de um inexperiente licantropo? Todos concordavam que sim. E coube à animada vampira fazer o convite.

— Ferreiro! Você poderia substituir o Piero na missão? A gente precisa ir investigar um acontecimento lá na fronteira com a Colômbia. Parece que algo aconteceu lá bem estranho. E a gente tem que ir antes de amanhecer por que, né... sabe como é, o sono diurno... você pode ir com a gente?

Concentrado na forja, ativando as chamas de minhas mãos suficiente para deixar os materiais maleáveis, continuei com o trabalho, sentindo me um com a forja, até que escuto Aura falando

— Ferreiro! Você poderia substituir o Piero na missão? A gente precisa ir investigar um acontecimento lá na fronteira com a Colômbia. Parece que algo aconteceu lá bem estranho. E a gente tem que ir antes de amanhecer por que, né... sabe como é, o sono diurno... você pode ir com a gente?

Ajudar os jovens mal-vestidos... Eu sabia dos perigos que isso poderia causar, se alguém de fora me visse o boato de um dragão andando por aí chegaria aos ouvidos de Niohoggr... Então cessei o fogo em minhas mãos e olhei para os jovens seres...

— Tudo bem, irei com vocês, mas vamos ter furtividade, hein? Hm... A missão será na região amazônica, é possível que ache o meu amigo Boitatá no caminho.

Dou um sorriso, pegando meu martelo, e indo colocar roupas grandes e grossas para não mostrar minha real forma para pessoas fora da ordem, voltando em seguida

— Vamos, temos uma missão para completar

Com o grupo unido, todos partiram em teleporte para a Floresta Amazônica. Num piscar de olhos, lá estavam eles, entre quatro árvores convenientemente posicionadas para formar um círculo. Balryr podia perceber uma estrela de cinco pontas desenhada no chão com folhas. Um desenho sutil, imperceptível até pelo mais atento dos olhos humanos.

O grupo se organizava, então, para iniciar a verificação. Balryr, que não estava inteirado à missão, recebeu as informações necessárias de Juan. Pelo que eles receberam, haveria algum problema com um golem de madeira que, acidentalmente, teria sido visto por patrulheiros da fronteira. Uma situação simples até. Mas... nenhum deles conseguia entender o por que da Ordem enviar um grupo tão grande para isso.

Chegando numa região próxima à fronteira, o quarteto facilmente reconheceu, dentre as árvores, a entrada à cidade dos golem de madeira. Mas, antes de entrar, Juan parou. Ele sentia algo. Algo ruim. E foi aí que Balryr viu uma cauda passar perto do local. Uma passagem rápida, mas perceptível.

— Gente... tem algo de muito errado acontecendo...

— O que tá havendo, Juan? Desembucha! Não faz mistério!

— Eu... eu não sinto vida alguma lá dentro daquela cidade!

Vejo a cauda passar, e considerei que aquilo pudesse ser apenas mais um animal como um mico-leão-dourado, ou alguma outra espécie de mamífero qualquer

— Gente... tem algo de muito errado acontecendo...

— O que tá havendo, Juan? Desembucha! Não faz mistério!

— Eu... eu não sinto vida alguma lá dentro daquela cidade!

Com a fala do jovem druida comecei a considerar que isso possar ser alguma espécie de inimigo, então sacando meu martelo falei para o grupo

— Eu vi um vulto, fiquem aqui, irei dar uma investigada — Falei isso de forma séria encarando eles

Em seguida, andando cautelosamente me aproximei do local do vulto para investigar o quê poderia ser aquilo, e se está relacionado á falta de vida na cidade, certamente não deixarei que algum demônio, ou monstro qualquer tire a vida dos novatos...